terça-feira, 27 de outubro de 2009

Procura-se igreja séria no meio de tantos circos...

RETRANSMITINDO
Theo Pimenta

“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.” – At 9.31

“E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” – Ef 1.22-23

“A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. ” – Ef 3.8-12


Já ouvi muitas fábulas em relação à permanência dos crentes numa igreja. Uma delas diz que a igreja é igual à arca de Noé, um lugar cheio de bichos e suas necessidades fisiológicas, e que cheira mal, porém é melhor estar lá dentro do que lá fora em meio ao dilúvio. Outra diz que crente é igual uma abelha: num enxame (ou igreja), vence qualquer inimigo; sozinho, morre num tapa só. Daí a se pensar que a igreja é um organismo super-poderoso, e deve ser mesmo, afinal é nada mais, nada menos que o Corpo de Cristo, Daquele que venceu a morte e o inferno ao levar sobre Si todos as maldições e enfermidades da raça humana. Mas será que a Igreja de Cristo é isso que vemos?

É muito fácil abrir uma igreja. Aluga-se uma garagem e já dá para iniciar uma congregação. Pensa-se num nome pomposo (que tal Igreja Transcontinental da Majestade do Alto? – está muito difícil achar um nome de igreja que não exista), convida-se os vizinhos e amigos e pronto: temos uma Igreja! Se fosse só isso estaria ótimo, o problema é o que é ensinado e vivido por lá.

Já percebeu como sempre há a mesma desculpa para a abertura de uma nova denominação (corrupção da antiga, envolvimento com maçonaria, erros doutrinários, etc), porém na nova se repetem os mesmos, ou até piores, erros da anterior? Ou seja, não há a intenção real de se fazer uma Igreja segundo a Palavra, apenas a de se criar mais um papado.

Sim, papado. A Igreja evangélica brasileira é próspera em papas. Há o Bento XVI e há o papa de cada denominação. Cada fundador se torna um papa, infalível e insubstituível. A permanência no poder é eterna, e os estatutos asseguram que a igreja não sairá de suas rédeas curtas. Quem ousa se levantar contra o “papa” é logo taxado como em rebelião, e expulso ou convencido sutilmente a deixar a denominação. E assim uma nova igreja é criada, e o círculo se repete indefinidamente, causando estranheza principalmente em quem não é cristão, pela quantidade absurda de placas diferentes.

Fico imaginando se Lutero vivesse nos dias de hoje… em seu tempo, precisou se opor a apenas um papa. Hoje, teria que imprimir milhares de teses, uma para cada papa evangélico. Um Lutero só não conseguiria fazer isso não!

O absurdo das várias denominações é tão escancarado que basta andar pelas ruas das cidades para o verificar. Aqui em São Paulo, na Av. Águia de Haia (zona leste da capital), há 6 anos atrás havia três denominações na mesma quadra. O pior: três casas (ou templos) grudados, um depois do outro, porta com porta. Sinceramente, a intenção nesse lugar é evangelizar ou apenas demonstrar o poder da sua denominação que, claro, precisa gritar mais do que as outras vizinhas caso os cultos sejam no mesmo horário? E isso não acontece só nessa rua, acontece em todos os lugares: se as igrejas não são vizinhas de porta, são de quadra, de rua. Mas o lugar permanece ruim e violento do mesmo jeito.

Nós somos chamados para ser sal e luz. Como sal e luz mantém um lugar insosso e escuro? Como, em meio a tantas igrejas, ainda há pessoas morando nas ruas, pessoas se drogando, se prostituindo, roubando e matando? Pessoas mentindo, enganando, chantageando, manipulando? Por que, com tantas igrejas, o Brasil está a cada dia pior? Não deveria ocorrer o contrário?

O que vou dizer agora poderá escandalizar muita gente, mas é o que penso: muitas que se dizem igrejas não o são, espiritualmente falando, não passando de um “clubinho de eleitos”. Você chega, entra no clube, paga a mensalidade, ouve as assembléias, se diverte (canta, dança, ri, chora, extravasa) e vai embora mais feliz, entretido momentaneamente. Aí chega em casa, a criança continua gritando, o marido bebendo, a vizinha atrapalhando, o chefe atormentando; afinal a instituição que se autodenomina igreja, apesar de citar a Deus, não Lhe dá espaço para atuação, preferindo a manifestação de espíritos dançarinos, saltadores, giratórios, que promovam bastante carnaval no recinto. Assim, enganados muitas vezes por “fogo estranho”, não deixamos o Espírito Santo agir em nós, nos transformando, e por isso continuamos vendo todos os defeitos nos outros e na droga de vida que temos.

Note bem, sou pentecostal, acredito nos dons espirituais, mas atribui-se ao Espírito Santo algumas coisas nas igrejas que só por Deus!!!

Se a igreja não consegue transformar quem está dentro, imagine transformar a realidade ao seu redor… E se a igreja não transforma vidas, apenas as “transtorna”, já não é igreja, não é congregação, comunhão, é apenas distração e sacrifício para almejar as bênçãos divinas.

É estranho, mas quanto mais aprendemos a Verdade da Palavra, mais distantes nos tornamos de uma igreja. Não deveria ser o contrário? Não deveríamos nos lançar com maior amor à congregação, sabendo que lá estaremos proclamando o amor ao próximo e a Deus?

O problema é que a igreja não nos transmite amor. Tudo é aparência. Os pastores não têm amor pelas ovelhas, e sim por tosquia-las. As ovelhas, por sua vez, querem estar mais próximas de seus pastores, e para isso não medem esforços, mesmo que seja necessário pisotear outras ovelhas que estejam em seu caminho. É cada um por si e Deus por todos. A igreja se tornou o reino do diz-que-me-diz, onde uns apontam os erros dos outros e todos se acham santos. Só que os erros são apontados não com amor, mas com juízo. Adulterar ou engravidar antes do casamento? Aparte-se de mim!!! Mas mentir e roubar um pouquinho poooooooode!

Mas não pára por aqui. É cada dia mais difícil ouvir uma pregação até o fim. São palavras previsíveis, de exaltação (quase nunca exortação), bom ânimo, esperança, revelações e revelamentos que nunca se realizam (essa noite Deus está curando suas feridas! – as feridas não são curadas, e no culto seguinte: essa noite Deus está completando a obra em sua vida! – e a obra não é completa, aí no culto seguinte a mesma coisa sempre). Não ouvimos pastores, ouvimos doutores em auto-ajuda: todas as bênçãos nos pertencem, somos cabeça e não cauda, o diabo está debaixo dos nossos pés, mas no dia seguinte ainda temos dívidas, problemas, doenças, vazio.
Será que Deus deixou de agir? Ou a instituição que se diz “igreja” é que fala por Ele com engano, a fim, mesmo que inconscientemente, de desacredita-Lo?

Não consigo mais ouvir sermões de auto-ajuda e falsas promessas. Não consigo mais sentar num banco de uma igreja, sabendo que a principal hora não é a da pregação, mas a da coleta. Não aguento mais uma hora de louvor, com bandas desafinadas e cantores “se achando”, provocando o choro fácil não por unção, mas porque, na assembléia dos santos, todos temos motivos para chorar. Simplesmente não aguento mais isso, e peço perdão a Deus se isso O desagrada, mas não quero ir numa igreja por falsidade e ficar vendo defeito em tudo, como foi das últimas vezes.

Eu queria frequentar A Igreja. Não a imagino um mega-templo, com poltronas acolchoadas, ar-condicionado, altar gigante. Eu a imagino uma casa simples, com pessoas simples independente de sua situação financeira. Eu a imagino um lugar onde a acolhida é com amor sincero, não com um risinho forçado e o “seja-bem-vinda-amada” de praxe. Eu a imagino com pessoas que contribuem voluntariamente e com alegria, e que se importam com o irmão ao lado, suprindo-o de acordo com suas necessidades. Sinceramente não consigo frequentar um local onde, em nome de Deus, são lançados gafanhotos devoradores sobre quem não paga a mensalidade. A Igreja que eu quero frequentar tem problemas, pois tem pessoas com problemas, mas lá é possível discordar, perguntar, até duvidar, sabendo que ninguém levará nada para o pessoal, continuando a haver amor apesar das diferenças. A Igreja que eu quero frequentar é uma em Deus, reflete Sua Graça e Misericórdia, Sua Alegria e Beleza, mesmo que, aos olhos humanos, possa não passar de um casebre. Na Igreja que eu quero frequentar mal dá para definir seus líderes, pois o maior se faz de menor, o serve e não busca ser servido. A Igreja que eu quero frequentar traz os ensinamentos de Deus, segue a sã doutrina, não as doutrinas temporárias de homens. A Igreja que eu quero frequentar transforma não só os que lá estão, mas toda a realidade à sua volta, pois se importa com os famintos, os drogados, os excluídos de toda a sorte.

Você conhece essa Igreja? Se conhecer, por favor, me passe com urgência seu endereço ou telefone. Se não a conhecer, infelizmente continuarei a congregar no meu quarto, pois não vou esquentar um banco qualquer apenas para aparentar santidade.

Fonte: Stay Freak - Publicado originalmente no blog Estrangeira

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

matrix cristão - sistema religioso

Excelente vídeo fazendo uma crítica severa ao legalismo religioso

DESCONSTRUÇÃO (por Thiago Mendanha)

Retransmissão do artigo DESCONSTRUÇÃO (por Thiago Mendanha)
Excelente post, desfrute-o
Theo Pimenta

DESCONTRUÇÃO
Não quero reformar nada! Não quero reformar ninguém! Apenas quero desconstruir minha religião e dar-me a oportunidade de começar novamente. Do zero! Quero aprender a orar porque suspeito que nunca aprendi em todos esses anos de eloquentes orações entonadas no conjunto de súplicas adornadas de lindos verbos.

Tenho a ligeira impressão de que todas as vezes em que falei em línguas na roda de oração para fazer notório o meu nível espiritual, não me valeram de edificação alguma. E que minhas devocionais carregadas de desânimo e obrigação para com a minha "consagração" no ministério de louvor não resultaram em nenhuma intimidade com Deus!

Quero desfazer de tudo que sei, ou que penso saber, e de tudo que não sei, e penso não saber, para aprender paulatinamente através de uma busca sincera, paciente, desobrigada, verdadeiramente motivada e autêntica, tudo quanto preciso, quanto quero e quanto me é essencial na jornada da fé. Quero despojar-me dos manuais religiosos, das doutrinas inquestionáveis, das tradições incoerentes e da estupidez e falácia da religião.

Quero duvidar de tudo e de todos, porque minha alma contorce pela verdade e tem sede de justiça. Quero abrir os meus olhos e enfrentar o ardor da luz cortante da revelação. Quero ficar cego por um tempo em virtude do impacto que a luz da verdade traz. Ficar cego para o enlatado evangélico, cego para o cauterizado cristianismo institucional. Quero ficar cego para as fórmulas instantâneas da fé, da sua comercialização e do abuso espiritual. Quero recobrar a visão aos poucos. Enxergar com sanidade a vida, as pessoas, a família, os amigos, o futuro, o presente e o passado. Quero aprender a enxergar tudo que enxergava errado. Usar minha visão pela primeira vez!

Quero me desviar dos caminhos da "i"greja que não segue o Caminho de Cristo. E andar na contra-mão desse sistema religioso elaborado sobre outro fundamento que não Jesus, a Rocha Viva. Quero tirar a capa que me identifica como "cristão" com o emblema da cruz para vestir-me de amor pelo próximo e por esse amor ser conhecido como discípulo de Cristo. E carregar não o emblema da cruz, antes, tomá-la dia após dia em meus ombros e renunciar à volúpia e morrer para o pecado.

Quero fugir dos grandes eventos de milagres e shows da fé, patrocinados por sórdida ganância e puro estrelismo. E me juntar aos homens de Deus presenteados com o dom da cura que trocam o palco pelo corredor dos hospitais. Que ao invés de pedirem que vão a eles, se disponhem a IR aos que necessitam.

Cansei de viver sob maldição financeira! E, agora, não gasto meu dinheiro patrocinando esse sistema putréfulo de escravizar a fé dos pequeninos. Não quero participar de tal infâmia! Que o pouco que tenho sirva não ao luxo dos templos e de seus donos, mas, aos que realmente necessitam da minha fidelidade financeira resultante da confiança no Jeová Jiré. E não da ameaça pastoral de maldição da pobreza versus prosperidade.

Quero ser livre para pecar! E da mesma maneira não pecar por entender que não me convém. Mas, se o desejo do pecado ronda a minha mente e não peco por causa da pressão de ter que me consagrar no ministério da "i"greja, que pobre que sou. Porque ainda não seria livre do pecado, mesmo não o praticando... Quero aprender a conduzir meu estilo de vida como resposta de gratidão à aceitação e perdão de Cristo, não como regras e proibições eclesiásticas que não tem efeito nenhum contra o pecado.

Estou desconstruindo a minha fé míope e doente para cultivá-la de forma autêntica, sincera, humana e verdadeira. Estou disposto a arriscar minhas crenças pelo conhecimento da verdade eterna, de modo, que mesmo vendo-a como em espelho, possa um dia conhecê-la completa assim como sou conhecido. Se para encontrar o Deus que está estampado no caráter de Cristo, me tornar necessário descrer do Deus pregado, e tornar-me ateu, que assim seja. E que possa, conhecê-Lo de forma pura, única, pessoal e intransferível.

Quero derrubar meus pilares espirituais porque não sei de onde vieram. Estavam lá no discurso e na retórica que pseudonimamente aceitei como sendo Jesus Cristo. Agora, nego a cartilha que reza, nego a teologia pronta que engoli e dou-me a oportunidade de aceitar, de fato, Cristo meu Senhor e Salvador, pura e simplesmente.

Se fosse possível voltar ao ventre de minha mãe e carregar em meus genes a luz que agora vejo, para que ao nascer, soubesse desviar dos caminhos que para o homem parecem bons, poderia começar de novo sem incongruências e inverdades ludibriosas.

Talvez, só agora tenha entendido o que significa "nascer de novo"...

Autor: Thiago Mendanha

sábado, 24 de outubro de 2009

Você tocaria um leproso???

Lucas 5
12 E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me.
13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.
14 E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.
15 A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades.
16 Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava.

Como nossas instituições religiosas têm vivido longe dos ensinamentos de Jesus nos evangelhos.
Cada vez mais nos afastamos das verdades do evangelho e cada vez mais assimilamos as mentiras inventadas, em nome de DEUS, pela religiosidade.

Nesse pequeno texto observamos que as atitudes de Jesus eram completamente diferentes das atitudes dos líderes religiosos atuais.

EM PRIMEIRO lugar analisemos a atitude do leproso. Observem que ele chegou até Jesus, prostrou-se perante ELE e disse: Senhor, sei que Tu podes me curar, CASO SEJA A TUA VONTADE.
Nos dias de hoje soa estranho aos nossos ouvidos essa frase: "SE FOR DA TUA VONTADE". Isto porque o cristianismo moderno tem ensinado, via de regra, que qualquer um que tenha aceitado a Cristo como Salvador têm direitos adquiridos como filho e deve, através da confissão positiva (mesmo que não a chamem dessa forma) reinvindicar a cura. Sim, pois "ELE levou sobre si as nossas enfermidades" e não é possível, neopenteconstalmente falando, que um crente se encontre doente. Isto é sinal de fraqueza e falta de fé...
Enquanto o neopentecostalismo ensina a confissão positiva para tratar os problemas de saúde e a teologia da prosperidade para a benção financeira, o evangelho ensina que devemos utilizar a fé, clamando ao Senhor pela cura caso SEJA A VONTADE DELE e vivermos satisfeitos com os recursos que ELE tem nos provido.

EM SEGUNDO lugar devemos analisar a forma como Jesus tratou este homem leproso.
A lei dizia que um homem neste estado era considerado imundo e deveria viver isolado das pessoas. Era considerado a escória, rejeitado por todos.
Mas para Jesus era diferente. ELE poderia ter apenas falado àquele homem: "Quero, sê curado", mas não, ELE fez questão de tocá-lo, mesmo sabendo que quem o tocasse ficaria imundo. Por que? porque ELE queria nos ensinar como devemos proceder com as pessoas, como devemos nos relacionar.
Este é o ensinamento do evangelho: não importa o estado em que a pessoa se encontre, não importa o que a pessoa fez, não importa se é pobre ou rica, influente ou não, o que importa é que ela é digna de ser tocada, digna de misericórdia e compaixão. O Evangelho é relacional.
Ao contrário disso, nas igrejas assistimos lideranças utilizando medidas diferentes no relacionamento com as pessoas. Frequentemente vemos líderes se importando com aqueles que tem mais recursos e desprezando os menos favorecidos. Parece que mede-se o quanto pode se beneficiar com a ajuda destinada a cada pessoa. Toca-se naqueles que podem dar algo em troca.

EM TERCEIRO lugar observamos Jesus incluindo aquele homem novamente no contexto social, orientando-o a ir até o sacerdote para ser comprovado sua cura. Jesus, além de se importar com aquela pessoa, tocá-la e curá-la, fez questão também de reintegrá-lo em sua comunidade.
Outro fato interessante é ver Jesus proibindo aquele homem de anunciar o fato ocorrido.
Mas por que isso?? Não seria um bom marketing pra Jesus?? Não seria uma forma de atrair mais pessoas??
Não. Jesus não queria apenas curar, Jesus queria METANÓIA... transformação, salvação.
Enquanto o Evangelho ensina quue devemos levar METANÓIA as pessoas através de Jesus Cristo, a religiosidade, o neopentecostalismo utiliza as curas e as bençãos financeiras como marketing para encher as igrejas e aumentar os dízimos e ofertas. Lamentável.

EM QUARTO e último lugar observamos Jesus fugindo dos holofotes. Diz os versículos 15e 16 que a fama dEle aumentava e mais pessoas vinham para serem curadas, e assim ELE tinha a oportunidade de produzir METANÓIA.
Enquanto líderes procuram lugares de destaque, poder e autoridade, Jesus procurava os lugares desertos...

Escolha o seu caminho... toque as pessoas que estão ao seu redor, viva o evangelho pleno e fuja da religião, antes que ela te consuma...

Théo Pimenta

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Menino bom...Papai gosta - Menino mau...Papai não gosta

Já perceberam como pode se carregar o peso desta afirmação durante toda uma vida?
Muitas vezes ouvi pais citando esta frase:
"papai/mamãe gosta de você quando você é bonzinho".

Nem precisa dizer o contrário para que a criança desenvolva o seguinte raciocínio:
- quando sou bonzinho, gostam de mim;
- quando não sou bonzinho, não gostam de mim.

Dessa forma constroe-se nos filhos a idéia de que quando ajem fora do padrão de conduta imposto perdem o valor e ninguém mais gosta deles...

Talvez por isso temos tantos problemas sociais, tanta gente boa que deveria conquistar seus sonhos mas que acabam interrompidos pelo eco da afirmação: "não sou bom mesmo, ninguém gosta de mim... já que é assim, dane-se tudo e todo mundo. Vou viver minha vida do que jeito que achar melhor...".

Na verdade erra-se ao não separar a má ação praticada do indivíduo que a pratica.

Não há nada errado em dizer que não gostamos da má ação praticada, pelo contrário, esta deve ser combatida.

O que tem que ficar claro é que o indivíduo que praticou o mal, que trocou o certo pelo errado continua sendo digno de amor.

Não estou aqui defendendo o erro, pois sem que quem o comete (atire a primeira pedra que não o faz...) naturalmente colherá os frutos de suas más ações.
Agora, é necessário libertar-nos desta equivocada afirmação que leva tantas pessoas boas a mediocridade da vida.

O pior é quando trazemos esta afirmação para nosso relacionamento com Deus.

Muita gente virou as costas para Deus porque acha que ELE não gosta mais deles pois os mesmos têm praticado más ações. Ledo Engano.

Deus jamais deixará de gostar, de amar alguém por causa das suas ações. Fosse assim, difícil seria encontrar alguém para Deus amar...

No entanto, isto é pregado pela religião através de alguns líderes mal avisados e orientados.

Tenha uma certeza: Deus o ama independente do que você é ou do que você faz. ELE o ama e ponto final. Se você errou ou está errando, acalme-se... ELE o ama incondicionalmente e a SUA graça está disponível pra você.

Livre-se das mentiras que você aprendeu e que hoje são verdades na sua vida que o levam à perdição.

Theo Pimenta

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um Lampejo de Graça (por Ricardo Gondim)

Não nasci quebrado, não herdei o pecado de Adão, não aprendi a andar debaixo da maldição divina. Em meus primeiros tropeços não exalei um mau cheiro de perversidade. Minha infância foi leve, moleca, solta. Reparti o pão singelo com outros cinco irmãos. Ao lado do vovô, escutei o rádio. Buscávamos notícias da BBC de Londres, da Agência de Notícias de Moscou, dos exilados que moravam na Suécia - Com papai preso, precisávamos furar o cerco da censura.

Mas ainda na adolescência me ensinaram que eu era ruim. E que a mão de Deus estava prestes a pesar sobre minha cabeça. Eu deveria acordar; a qualquer instante poderia morrer e queimar eternamente no inferno. Ainda não consigo avaliar o impacto de tamanho pavor na cabeça de um garoto, mesmo passados tantos anos. Sei tão somente que abracei uma espiritualidade calcada no terror.

Alguém colocou um espelho na minha frente e me disse que eu deveria ver torpeza em meus olhos tristes. Arqueei as sobrancelhas; realmente acreditei que não prestava. Daí para frente, orei inúmeras vezes pedindo que Deus perdoasse uma “multidão de pecados”. Internalizei todos esses medos e adiei a vida.

Minha religião se construiu no negativo. Eu me contentava em cultuar a Deus para celebrar apenas a sua misericórdia. Mas antes de mencionar misericórdia, deixava claro a etimologia latina, miserere e cordis. Depois ressaltava: Deus volta seu coração para nós, eternos miseráveis. Enchia a boca: Miseráveis! Para mim a função do culto se resumia nisso, pedir perdão, quitar as dívidas com a lei moral e prometer que daquele dia em diante tudo seria diferente. Na semana seguinte, obviamente, tendo tropeçado nos cadarços de minha condição humana, voltava à estaca zero. E assim de multidão de pecados em multidão de pecados, sofregamente, esperava que Deus não se zangasse comigo além da conta.

Tardiamente despertei. Eu havia internalizado a mensagem. Era um homem quebrado, contaminado pela desobediência de Adão e irremediavelmente torto. Adoecido, tratava qualquer virtude como trapo de imundície. Meu corpo, propenso à lascívia, me tornava um ímpio (perdoado, mas ímpio) sempre a um passo de voltar à lama.

Alegria? Só muito comedida, “para não dar lugar à carne”. Satisfação? Nos cultos, obviamente. Prazer? Poucos: comer e dormir - prazer sexual, “quando casar”. Minha vida se estreitou. Deixei de ouvir boa música, não me permiti ler romances e passei ao largo da poesia. Catalogaram tantas coisas como abomináveis que eu preferia não me aproximar dessa lista maligna, que condenaria minha alma à perdição eterna.

Há pouco, fui criticado porque vibrei com a saudosa Mercedes Sosa em um show monumental em São Paulo. Disseram que eu agi como um infantil, deslumbrado com um espetáculo vulgar. Não me indignei com os comentários. De fato sou um meninão. Gaguejo diante da lindeza e alucino com a ressurreição de uma alegria que me foi proibida.

Na longa estrada da existência, a vida é breve. Já confessei que não me considero competente para boxear com ilustrados teólogos. Não, minto, na verdade, não quero estar perto deles porque meu coração tem outras sedes. Almejo aprender a joeirar os restolhos da vida e encontrar pepitas de uma beleza comum. Pretendo alongar a vista por cima da cerca de meus preconceitos, regionalismos e intolerâncias. Procuro retardar o relógio e ler os autores que antigamente suspeitei.

Fiz as pazes com Deus. Minha espiritualidade saiu do coibitivo e agora celebra a vida. Sinto-me livre, mesmo inadequado. Não regurgito remorsos e não me chafurdo em falsas culpas. Celebro a minha humanidade sem as ameaças do fogo do inferno. Ainda não esgotei, mas já entendo algumas nuanças da graça.

Soli Deo Gloria

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Religião - O Mal do Século

Era comum usarmos essa expressão para a DEPRESSÃO. Esta era por todos nós considerada "o mal do século".
Atualmente, creio que achamos outra palavra para qual podemos empregar esta expressão: RELIGIÃO - o mal do século.
Fico me perguntado, inclusive, se não é possível classificar a religião da mesma forma que a depressão: um grave problema de saúde.
Sim, uma pessoa depressiva encontra-se num estado doentio: físico e mental. Esta possui muitos medos e sente coisas que pessoas 'normais' não sentem. Será que a pessoa religiosa não vive da mesma forma?
Há muita insanidade no que chamamos de RELIGIÃO. Pessoas fazem os maiores absurdos em nome da religião.
Mortes, suicídios, perseguições, mutilações (aqui incluem-se as psicológicas), tudo porque o indivíduo religioso é possuído por um medo excessivo de não agradar o seu 'deus', seja ele quem for, e dessa forma não alcançar aquilo que a ele foi prometido por intermédio do cumprimento da lei.
Dessa forma a religião tem atormentado a vida de muitas pessoas.
Em algumas culturas amarra-se bombas ao corpo e explode-se ônibus, prédios, repartições entre outros, isto porque um líder incentivou tal comportamento, afirmando que "deus" ficará muito contente com esta ação.
Em outros lugares, fiéis mutilam-se e sacrificam-se em nome de deus, para agradá-lo, como se isso fosse uma verdade absoluta pregada por seus líderes.
Aqui no Brasil não vemos estes comportamentos. aliás, nossa cultura considera isso extremismo ideológico. No entanto, temos visto diversas outras aberrações sendo feito em nome de Deus. Líderes prometem, por exemplo, que deve-se dar a Deus, por intermédio da igreja, que assim Deus firmará um compromisso com o fiél e devolverá 100 vezes mais... sim, por causa deste discurso pessoas tem dado seus carros, suas rendas e as vezes até a comida da mesa, que alimentaria seus filhos, para agradar a Deus, pois o profeta disse que deve ser assim.
Concluímos dessa forma que pessoas religiosas são tão frágeis quanto pessoas depressivas, pois estão a mercê de seus sentimentos e também de lobos e mercenários, seus líderes, que ensinam loucuras em nome de Deus para benefício próprio.
Que bom que a graça de DEUS está acima de toda essa mediocridade e podridão religiosa.
Cura-te da depressão e, acima de tudo, livra-te da religião.
Em Cristo,
Theo Pimenta